domingo, 22 de novembro de 2009

BIOETICA

REFLEXOS SOBRE O FIM DA VIDA.
O medico é cada vez mais capaz de afastar o tormento da morte, mas é também provável que, na realidade, a pessoa esteja apenas entregue a um desumano prolongamento de uma morte cruel e inevitável.
O doente fica obrigado freqüentemente, a enfrentar os últimos momentos de vida, num ambiente de hospital frio e repleto de aparatos técnicos. Com certeza, ele gostaria de viver os últimos momentos junto aos familiares e serenamente, mas, isso lhe é negado.
O verdadeiro bem da pessoa doente.
O esforço em busca de orientação guiado por um sentido ético maior o anterior, de fatos, as considerações de caráter cientifico, metodológicos e logísticos, deste um ponto de refluencia, uma estrela deveria seu, parece-me, o verdadeiro bem da pessoa doente na sua integridade.
Mas tudo isso não deve triar nosso olhar da verdadeira estrela polar: a pessoa doente concreta, viva, digna de respeito e de tutela, como centro e sentido de qualquer médico e de toda a medicina (inclusive), a pesquisa cientifica pura.
Fazer “todo o possível”
Seguindo este critério, portanto, creio que se possa afirmar, primeiramente, o que medico é chamado a ‘fazer todo o possível’ para devolver a saúde ao doente, e manter vivo aquele que ainda não está morto.
O verdadeiro bem da pessoa doente, mesmo em estado de patologia crônica ou terminal, exige que se faça “tudo o possível”, porque a vida da pessoa humana possui um valor transcendente.
Ninguém, muito menos quem por profissão é chamado para assistir, deveria desprezar aquele “ultimo instante”. Quando se fala doente crônico ou terminal como se falasse de uma “vida sem valor” ou de” um vegetal sem dignidade”, significa que se perdeu a medida do verdadeiro valor da pessoa, sã ou doente, tanto faz.

Fazer “apenas o que é possível”

Se o verdadeiro bem da pessoa enferma exige fazer “todo o possível”, significa também fazer “apenas o que é possível”, isso significa também fazer “apenas o que é possível”: fazer tudo aquilo que verdadeiramente beneficie a pessoa, evitando aquilo que é fútil, inútil ou danoso.
Se o verdadeiro bem da pessoa enferma exige fazer “todo o possível’: fazer tudo aquilo que verdadeiramente beneficie a pessoa, evitando aquilo que é fútil, inútil ou danoso.
Se fizer o bem é manter os órgãos ativos, prolongar o “fenômeno vida”, então sim, poder-se-ia fazer de tudo para se obter resultado.
É necessário lembrar que a vida da pessoa é um bem fundamental, mas não absoluto. Só assim é que se pode compreender que ela seja colocada em risco ou, inclusive, oferecida por um valor considerado superior, como a própria fé, o amor a deus e aos outros... Isto é confirmado pelo papa João Paulo 2° na encíclica evangelium vitae, quando afirma que “a vida do corpo na sua condição terrena não é algo absoluto para aquele que acredita, tanto que pode lhe ser solicitado que a abandone a favor de um bem superior”.
Quando, portanto, a intervenção medica não pode fazer outra coisa acentuar os sofrimentos e prolongar o processo da morte, o verdadeiro bem da pessoa pode exigir a abstenção ou a interrupção do procedimento já iniciada.
Em 1980, a declaração sobre a eutanásia, congregação pela doutrina da fé reafirmou aquela doutrina. No parágrafo 4 afirmava: “na iminência de uma morte inevitável apesar dos meios usados, é licito tomar conscientemente a decisão de renunciar os tratamentos que procurarão um prolongamento precário e penoso da vida, sem, no entanto, interromper os tratamentos normais dado ao enfermo em semelhantes”.
O catecismo da igreja católica 1992 confirma sinteticamente esta doutrina: “A interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinário ou desproporcional” em relação aos resultados esperados pode ser legitimo.
Em tal caso, renuncia se a “fúria terapêutica”. Não se deseja desta maneira a morte: aceita se o fato de não poder impedi la.
Em palavras pobres, porem claras, k podemos dizer que a pergunta que deve ser feita no inicio na interrupção determinado tratamento é esta: “Vale à pena?”. A expressão popular contrapõe dois valores contrastantes, ou melhor, um valor e um contra valor. Reconhece se que existe uma pena, um peso na ação; e o que se pergunta e se o beneficio vale esse peso. Em outras palavras, é necessário balancear os custos e os benefícios a fim de que seja possível , verificar se o primeiro é proporcional ao segundo.
Quando o enfermo não pode expressar os seus próprios desejos, o procurador “deve atentar para decidir o melhor possível em nome daquele que esta inconsciente... ou aquilo que pressupõe o poder lhe trazer maior beneficio, já que não é possível conjeturar sobre a sua vontade.
Ocatecismo da igreja católica confirma que as decisões devem ser tomadas pelo enfermo, se ele tiver competência e capacidade, ou, então, por aqueles que têm legalmente, o direito, respeitando sempre a vontade racional eos interesse legítimos do enfermo.
“A esse propósito de vê se lembrar dos chamados “testamentos vitais” ou” testamentos biológicos’ utilizados de maneira cada vez mais crescente para expressar antecipadamente a própria vontade em relação aos procedimentos a serem seguidos na eventualidade de perda de consciência.
Trata se, portanto, de um julgamento com prudência.
A prudência de fato, é aquela virtude graças a qual somos capazes de analisar corretamente as circunstancias que envolve cada uma de nossas decisões e ações, a fim de decidir e fazer aquilo que verdadeiramente “hic et nunc”. Como cada virtude, a prudência coloca raízes na virtude, no singular; isto é, naquela adesão profunda e sincera ao bem nos bens que se procuram a cada momento. Os clássicos diziam que a prudência é a recta ratio agibilium: a razão pratica vem aplicada as razoes particulares de modo que ela tem um fim verdadeiro e bom. E, outras palavras, a capacidade de “fazer bem o bem”, que nasce de uma profunda adesão ao bem. Na situação concreta deste doente, nessas circunstancias, com esta possibilidade terapêutica... devo desejar fortemente o verdadeiro bem do enfermo e fazer bem o seu bem.

Fazer “o melhor possível”
Não basta fazer “tudo e apenas o possível”. É necessário também, fazer “ o melhor possível”.Não se trata apenas de quantidade” terapêutica :deseja-se,também,um esforço de “qualidade”.É sempre seguindo a luz da “estrela polar”:o verdadeiro bem do paciente
Antes de tudo é necessário oferecer sempre o tratamento normal a cada paciente.
Outro dever em relação ao enfermo próximo da morte, na medida em que é um direito seu, é dizer a verdade. Levando em conta o seu estado de ânimo presente, avaliando as possíveis reações positivas as negativas etc., são necessárias colocar com um objetivo dizer-lhe a verdade mesmo se isso deva ser feito de modo gradual e adequado as circunstâncias.
Finalmente, é o caso de se considerar todo o capítulo que diz respeito ao assim chamado “acompanhamento” do enfermo. O maior é aquele sobre a “humanização” da medicina, cada vez mais entendido como urgente e grave. E isso diz respeito não só ao tratamento hospitalar,assim como também a criação dos “hóspices” e a difusão dos “tratamentos domiciliares”.

A eutanásia como falsa piedade

As razões da recusa moral do suicídio são apresentadas de modo extremamente sintético como pode observar a seguir: um. A tradição constante da igreja “sempre entendeu como uma escolha grave “(a tradição especialmente se constante, tem um peso no pensamento doutrinário católico); 2. O suicídio leva a recusa do amor a si próprio; 3. Engloba também a renúncia dos deveres que cada indivíduo tem em relação aos outro: o próximo, as várias comunidades das quais faz parte, e a sociedade no seu conjunto; 4. Finalmente engloba a recusa, a soberania absoluta de Deus sobre a vida e sobre a morte (e este é o núcleo mais profundo do gesto suicida).
Naturalmente, se alguns defendem a eutanásia, é porque não vêem as coisas deste modo. E é importante,no esforço de dialogar como todos,tentar compreender o ponto de vista de quem não aceita as razões morais recordadas da encíclica.
Para aquele que acredita em Deus e na vida após a morte, irá vê-la como uma “passagem” e não como um nada. Neste sentido, pode ”inclusive”, desejar a morte como uma verdadeira “liberação”, mas eles sabem que a vida é um dom recebido gratuitamente pelo criador e inclusive a vida eterna será um dom totalmente gratuito. E, então, entenderá que não pode recusar o dom já recebido e pretender “extirpar” aquele de Deus, senhor da vida.
Para este será, então, fácil entender que deve respeitar a própria vida e a de cada ser humano. Mas todos devemos nos esforçar para aprofundarmos e sermos coerentes com a dignidade da pessoa humana que deve ser, sem dúvida, o centro das decisões de nossos comportamentos. Deve ser,com toda a sinceridade,o verdadeiro bem a seguir,para fazer todo o possível,apenas o possível,o melhor possível e não procurar jamais a morte mesmo se é possível.

FONTE: LIVRO: BIOÉTICA E EUTANÁSIA

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